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Colégio Imaculado Coração de Maria . Uma escola a serviço do Senhor.

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“A construção da disciplina do aluno no espaço escolar”.


A noite de 15 de agosto do Colégio Imaculado Coração de Maria, em comemoração à semana da família, foi abrilhantada com a palestra do professor Eduardo Fonseca, Psicólogo e professor da FAFIRE, com o tema “A Construção da disciplina do aluno no espaço escolar”.

Iniciando com os pilares da educação “Aprender a conhecer, aprender a conviver, aprender a ser e aprender a fazer”, trouxe as concepções de educação integral recomendadas pela UNESCO. Destacou que a indisciplina é traduzida pelos comportamentos inadequados, rebeldia, oposição e desrespeito às regras e normas, e mais especificamente, a indisciplina escolar destacada pelo não cumprimento das normas do regimento escolar, dos acordos com os docentes e o enfrentamento e questionamento da autoridade dos educadores.

Eduardo abordou que a indisciplina inviabiliza a atividade fim da instituição: o ensino-aprendizagem, comprometendo a qualidade do ensino docente e o desgaste consome parte importante do tempo da aula. (Dados apontam que 20% do tempo da aula é gasto para acalmar a bagunça e 13% para burocracia).  A indisciplina dos alunos em sala de aula tem inviabilizado o ensino e boicotado a atividade profissional dos docentes e isso tem gerado sentimento de impotência, descrença e frustração com a docência, em outras palavras o docente está “pendurando as chuteiras”.

Houve uma provocação ao público presente (cerca de 200 pessoas entre pais e funcionários da escola) – “ Como construir a disciplina?” – Continuou destacando que a família está perdendo a autoridade,  a educação está sendo mercantilizada e o aumento da ausência de parceria família-escola.

Elencando fatores da perda de autoridade da família, o professor inseriu um paralelo com outros tempos,  onde as famílias tradicionais eram formadas por um casal conjugal e prole biológica, as mulheres cuidavam da saúde e educação e os homens como restritos como provedores materiais. Nessas famílias a relação entre pais e filhos era autoritária e hierárquica, com regras rígidas e fiscalização da conduta dos filhos. O respeito era buscado através do medo e dos castigos físicos, a educação era repressiva e retificadora, corretiva e moral; inexistia negociação e respeito pelos desejos dos rebentos. A família era responsável pela moralização da criança, pela ordenação de seus valores, atitudes e hábitos, ensinavam crianças e jovens a se relacionar com pessoas, a reconhecer as figuras de autoridade e respeitar normas e regras sociais.  A perda de autoridade inicia-se quando as famílias se desresponsabilizam da tarefa de educar (terceirização da educação: contratar babás, escolas em tempo integral e deixar as crianças com os avós), são negligentes e coniventes com a indisciplina dos filhos (permissividade), são superprotetoras e não exigem o cumprimento de regras e normas, gerando assim o hiperatendimento dos desejos e necessidades de crianças e jovens prejudicando a autonomia e gerando a intolerância à frustração.  O professor enfatizou que a permissividade pode levar crianças e jovens a terem atitudes de descaso, desacato e desrespeito às autoridades.

Muitas famílias são coniventes e negligentes, segundo o professor Eduardo, quando mantém os pais ausentes no cotidiano dos filhos têm presença distante. E partindo disso, sentem-se desobrigados da tarefa de educar, investindo nas academias , nas novas relações amorosas, nas festas, etc.

Como modelos atuais de educação familiar foram apresentados três: um de superproteção ( tornando as crianças e jovens em fragilizados e infantilizados), outro de negligência com os cuidados (tornando-os em desprotegidos e carente) e o terceiro  modelo de cuidado e educação para a autonomia ( perfil mais próximo do ideal). Houve menção aos pais separados abordando os conflitos e imaturidade dos ex-cônjuges, filhos sob fogo cruzado e a desmoralização da autoridade do ex-cônjuge, também como fatores geradores de indisciplina escolar. O professor destacou que em ambientes de pais separados deve haver um cuidado positivo e respeito pelos filhos.

No ponto sobre mercantilização da educação foi enfatizado que a escola virou um produto, “escola-empresa” e “aluno-cliente”. E que algumas famílias tentam esvaziar a autoridade da escola exigindo que atendam a todos os desejos dos filhos-clientes, ameaçando retirar os filhos da escola caso ocorra alguma exigência disciplinar.  Houve a informação de que algumas escolas procuram não desagradar as famílias, na lógica do consumidor, o aluno-cliente sempre tem razão no intuito de “fidelizar o cliente”.

Na relação profícua entre família e escola, o professor teceu comentários sobre a famílias evitarem realizar críticas aos professores na frente dos filhos, sustentando a autoridade dos docentes e agindo em sintonia com  a escola. Reiterou que os docentes são os profissionais mais importantes da escola, pois realizam a atividade-fim e que precisam de boas condições de trabalho, material didático adequado, repeito e reconhecimento, boa remuneração e por fim, preponderou que os docentes motivados refletem no processo positivo de ensino –aprendizagem.

O professor Eduardo finalizou a palestra destacando que a escola não é adversária da família. E que ambas devem manter uma relação de proximidade, respeito, diálogo franco e cooperação visando educar jovens e crianças. Lembrou que os pais precisam se colocar numa relação hierárquica com filhos, tendo autoridade  democrática ( que pode significar autorizar a ser, a existir, a crescer, a expressar as emoções, a criar) e não autoritarismo ( autoridade não significa fazer o que quiser, mas que proibições, regras e normas asseguram a convivência ética e democrática).

Enfim, a palestra terminou conclamando as famílias para a construção de uma relação de autoridade com os filhos, evitando uma negligência e conivência com os erros e transgressões das crianças e jovens; para o combate à mercantilização da educação  evitando a distorção do processo de ensino-aprendizagem e que estabeleça com a escola  e os docentes uma relação de respeito, credibilidade e confiança!

 

Agradecemos a Paulus Editora e ao professor Eduardo Fonseca pela excelente explanação.

Assessoria Pedagógica

 

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